78 anos de Elis Regina: show de Anderson Moysés celebra vida e obra da cantora

 Tributo ocorre neste sábado (11), no Bar Mironga, em Belém, em alusão ao mês de aniversário de Elis

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Elis Regina é considerada uma das maiores vozes da Música Popular Brasileira, dona de uma interpretação carregada de emoção. A cantora completaria 78 anos de idade no dia 17 deste mês, caso ainda estivesse viva - ela morreu precocemente, aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982, vítima de uma parada cardíaca provocada pelo uso de cocaína e bebida alcoólica. Mas a música e obra de Elis continuam imortalizadas na legião de fãs e artistas que a cantora influenciou. Há quase oito anos, o cantor paraense Anderson Moysés realiza o show “Para Sempre, Elis”, um tributo à vida e obra da intérprete gaúcha. Em 2023, o espetáculo ocorre neste sábado (11), no Bar Mironga, em Belém.

Nascido na capital paraense, Anderson Moysés estudou canto na Europa e fez diversas apresentações em países como Itália, Portugal e França. Com mais uma década de trajetória na música, o cantor é marcado pela influência de Elis Regina tanto na vida pessoa como na arte, seja no passado, quando ainda criança ouvia a avó cantando “Essa Mulher”, ou no dia-a-dia, procurando incorporar a entrega e coragem de Elis na vivência enquanto artista LGBTQIAP+.

Com mais uma década de trajetória na música, Anderson Moysés é marcado pela influência de Elis Regina tanto na vida pessoa como na arteCom mais uma década de trajetória na música, Anderson Moysés é marcado pela influência de Elis Regina tanto na vida pessoa como na arte (Divulgação)

“Cresci ouvindo as canções e ficava chocado com as interpretações fortes e o repertório visceral. Ao decorrer do tempo, fui passando por decepções, perdas, amores mal resolvidos e fui me conectando ainda mais com a intensidade de Elis. Hoje, posso dizer, que carrego essa influência de todas as formas possíveis, tendo o cuidado de interpretar obras colocando técnica, alma, corpo e voz, e de soltar a voz na estrada sem medo. Elis me ensina a ser forte em um mundo machista e homofóbico, a ter uma posição e levantar uma bandeira de resistência sem modismo, a bandeira da música brasileira que resiste a esse tempo avassalador”, reflete. 

Para o show deste sábado, não faltarão sucessos da carreira de Elis, que já fazem parte do repertório de Anderson. A seleção foi difícil, mas ele garante que hits como “O Bêbado e a Equilibrista”, “Como Nossos Pais”, “Madalena”, “Redescobrir” e “Arrastão” poderão ser ouvidos na apresentação. “O repertório de Elis é para uns dez shows, com músicas sem repetir. Foram muitos hits, sucessos e gravações definitivas. Infelizmente, uma ou outra vai ficar de fora por conta do tempo, mas é confortante ouvir Elis de qualquer forma. Sempre alguém tem aquela canção na voz dela preferida que marcou, que foi tema de um grande amor, que remete a família e por aí vai”, diz.

O show contará com a participação da cantora marajoara Marcella Martins, que é irmã de Anderson. O artista ainda estará acompanhado do saxofonista Vinícius Ribeiro, contrabaixista Wesley Jardim e William Jardim no violino e guitarra. “Faço há oito anos esse show cantando Elis, tive a honra de apresentar em vários formatos e em vários lugares, inclusive grandes teatros, sempre na companhia de músicos competentes. Esse não será diferente e a gente espera um sucesso de público em celebração à Elis Regina”, conclui. 

Elis Regina

Com apenas duas décadas de carreira, a contribuição de Elis Regina para a Música Popular Brasileira é gigantesca, com mais de 20 discos lançados em vida, incluindo "2 na Bossa" com Jair Rodrigues (1965), que traz canções como "Preciso Aprender a Ser Só" e "Arrastão"; "Elis" (1972) com a clássica "Casa de Campo"; "Elis & Tom" (1974), com os hits "Águas de Março" e "Corcovado"; "Falso Brilhante" (1976), com “Fascinação” e “Como Nossos Pais”; "Saudade do Brasil" (1980), com a famosa interpretação de "Maria Maria"; e "Elis" (1980), com a canção "Aprendendo a Jogar".

Ao longo da carreira, ajudou a projetar compositores pouco conhecidos que viriam a se tornar ícones da MPB, como Milton Nascimento, Belchior, Renato Teixeira e Aldir Blanc. Entre outras parcerias, são célebres os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim e Rita Lee. Outro aspecto marcante da trajetória de Elis foi o engajamento político e resistência à ditadura militar. A interpretação de “O Bêbado e a Equilibrista” virou hino da anistia. 

Serviço:

Show “Para Sempre, Elis” - Anderson Moysés canta Elis Regina

Local: Bar Mironga - Rua Caetano Rufino, nº 77 - Campina

Dia: Sábado, 11 de março

Hora: 22h

Couvert: R$ 10


Fonte: O Liberal 

Texto: Fernando Assunção

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