Vendas de livros no País crescem e pesquisa aponta para mais leitura na pandemia

 



Depois de quedas acentuadas no início da pandemia no Brasil, o varejo de livros vem apresentando crescimento consistente nos últimos meses, fato comprovado pelo 11º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2020, divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen. Houve crescimentos de 25% em volume e 22% em valor dos livros vendidos, comparado ao mesmo período de 2019. Foi a maior variação positiva do ano.

Para o presidente do SNEL, Marcos da Veiga Pereira, a melhor notícia é ver o interesse crescente dos leitores. "A discussão recente sobre a tributação dos livros teve um impacto positivo para a indústria. A reação da sociedade, representada pelo abaixo-assinado #defendaolivro, acabou refletida no consumo. Claramente o brasileiro está lendo mais durante a pandemia", comenta, em comunicado.

De acordo com a pesquisa, o setor livreiro contabilizou 3,62 milhões de títulos vendidos, faturando R$136,86 milhões. Ao longo do ano de 2020, foram comercializados 32,81 milhões de livros, movimentando R$1,39 bilhão.

Já em 2019, foram vendidos 33,50 milhões de títulos com um faturamento de R$1,43 bilhão no mesmo período. Em percentuais, esses números representam uma queda de 3,10 pontos em valor e de 2,06 em volume.

O mercado ainda não contabilizou nesses números as vendas da Black Friday e do período do Natal para expandir os números de 2020.

Os números do Painel do Varejo de Livros no Brasil têm como base o resultado da Nielsen Bookscan Brasil, que apura as vendas das principais livrarias e supermercados no País.

CAMPANHA

E após o setor registrar queda de 40% nas vendas em estabelecimentos físicos desde o início da pandemia, um grupo de livreiros brasileiros decidiu se unir numa campanha para reforçar a importância das livrarias para autores, editores, distribuidores e leitores, além é claro dos próprios livreiros.

As livrarias físicas são fonte importante de receita para o setor. Apesar da facilidade das vendas on-line, um estudo de 2019 apontou que quase metade da venda de obras no Brasil ocorrem nos estabelecimentos físicos.

"Mesmo compensando vendas pela internet, as editoras sentiram o baque principalmente nos resultados dos lançamentos de 2020, bem abaixo do esperado", aponta, em nota, o diretor executivo da Editora WMF Martins Fontes, Alexandre Martins Fontes.

No Brasil, a campanha para que a população retorne às livrarias foi batizada de #tudocomeçanalivraria. Iniciativa semelhante foi adotada em outros países no mundo, sobretudo da Europa.

"A livraria é o lugar de encontro entre o leitor e o livro, onde se fortalece essa conexão", diz o presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Vitor Tavares. "Também é o espaço de prazer e de conhecimento, de troca de experiências, de lazer. É onde se vivem sonhos. A livraria física é fundamental na formação dos leitores e onde surgem muitas histórias de livros e livreiros."

A intenção da campanha é que as pessoas utilizem a hashtag #tudocomeçanalivraria em redes sociais para postarem suas experiências em livrarias. Além dos livreiros e da CBL, a iniciativa é apoiada pela Associação Nacional de Livrarias (ANL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).


Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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