Jovens encontram a possibilidade de viver do próprio trabalho fora de galerias e museus


Já se vai um bom tempo desde que as produções artísticas quebraram as barreiras das galerias e museus, ou melhor, faz tempo desde que os diversos territórios da arte ganharam tanta importância quanto os salões. Esse movimento fez com que fosse possível não apenas consumir arte de forma mais democrática, mas também que diversos artistas tivessem plataformas eficazes para chegar ao público.
Com o fenômeno, uma forma de consumir arte também ganhou grande popularidade: por meio de produtos. Camisetas, adesivos, ecobags e até reproduções de obras (prints), foram formas encontradas por artistas para dar vazão aos seus trabalhos, e realizar o sonho de viver da própria arte.
Colagens de Fran Farias estampam camisas e fazem sucesso fora do Pará
A colagista Fran Farias, de apenas 20 anos, faz parte dessa nova geração de artistas que transformou o talento em renda. Usando temas que vão desde bregas antigos, artistas da MPB e até o calor de Belém; ela desenvolve colagens que vão para um perfil profissional no Instagram, o @sagitacollage, e tornam-se estampas dos produtos.
Ela relembra que começou a desenvolver seus trabalhos no programa Paint, de forma aleatória; até que depois de visitar uma exposição de um artista no Museu do Estado do Pará, despertou a atenção para a colagem.
“Ele misturava várias coisas: objetos, colagem, pintura, e eu comecei a ver que a colagem era uma forma de arte também”, conta Fran, relembrando também que começou a fazer colagens com o objetivo de estampar camisas, mas na primeira tentativa ficou frustrada porque vendeu apenas uma.
Em 2018, Fran retomou o projeto das colagens, e desta vez a ideia de estampar camisas com o próprio trabalho foi bem sucedida. Uma das causas disso foi a decisão de fazer colagens de conteúdo mais regional; ideia da mãe, segundo ela, que “disse que venderia”. Hoje ela conta feliz que até contratou um amigo para trabalhar junto, e vai começar a enviar encomendas para fora do estado.
O regionalismo também se faz presente na identidade de dois outros artistas que comercializam produtos estampados com suas obras: Felipe Moia, de 19 anos; e Helô Rodrigues, de 21. Os dois também usam o Instagram como principal plataforma dos seus trabalhos, respectivamente nos perfis @flpmoia e @heloizerodrigues
Diferente de Fran, o pontapé inicial nas artes para Helô e Felipe veio na infância, e desde lá, ambos foram construindo referências e desenvolvendo seu traços, até que a demanda de comercializar seus trabalhos veio de motivações externas. Os dois vendem seus trabalhos em formato de prints com diferentes tamanhos, e adesivos.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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