Recital une o pianista português Bernardo Santos aos instrumentistas do Vale Música



As obras do compositor tcheco Antonín Dvorak ganham uma interpretação especial na noite desta terça-feira (19). Instrumentistas de cordas do Programa Vale Música, junto ao pianista português Bernardo Santos, irão apresentar um recital na Sala Augusto Meira Filho – Arte Doce Hall, às 20h. A entrada é franca.
O recital é realizado pela Fundação Amazônia de Música (FAM), e para a apresentação, se juntam ao pianista português: Fábio Santos, Renan Cardoso, Haroldo Correa, Bruno Valente e Bernardo Santos.
Os músicos apresentarão o 2° Quinteto em Lá Maior, Op. 81, de Antonín Dvorak. Na opinião dos jovens musicistas, a obra consegue integrar o piano junto ao violino, violoncelo e viola perfeitamente. “Há uma harmonia no que se refere à interação entre os instrumentos. Cada um tem suas intervenções, mas nunca de forma exagerada”, afirma o pianista Bernardo Santos. “Costuma-se dizer que a música de Dvorak não precisa de grandes apresentações, pois é uma música que fala por si mesma, sendo extremamente bela e muito direta”.
O violinista Renan Cardoso considera que uma das grandes realizações de Dvorak foram suas criações para grupos de câmara. “Ele escreveu duas obras para a formação do piano em um quinteto, e a música que vamos interpretar é de um período em que ele já apresentava elevada maturidade como compositor. É uma das obras mais emblemáticas do gênero”, enfatiza Renan.
Haroldo Correa, que toca viola, explica que uma das características do quinteto de Dvorak é mostrar cada um dos instrumentos com pequenos solos. “Primeiro o público vai apreciar o violoncelo, depois vem os solos dos violinos, em seguida percebe-se o som do piano e depois a viola entra na sinfonia. Essa mistura de timbres de cordas com o piano é algo que casa muito bem”, indica Haroldo.
O pianista Bernardo Santos diz que o repertório apresenta harmonia entre os instrumentosO pianista Bernardo Santos diz que o repertório apresenta harmonia entre os instrumentos (Divulgação)
Sobre a interpretação junto ao grupo paraense, o pianista Bernardo Santos explica: “O primeiro movimento será apaixonado e extrovertido, o segundo trará o mistério e a introversão, tendo Dvorak referenciado neste, o nacionalismo”. Sobre as seguintes partes da apresentação, o pianista revela que o terceiro movimento é bastante alegre e expansivo, onde compara a velocidade dos acordes a de um furacão.
“Na minha opinião, a parte mais mágica é o quarto e último movimento, tocado como se fosse quase uma última palavra da parte dos músicos antes de uma despedida final muito enérgica”, conclui.
As expectativas para a noite são grandes, principalmente entre os jovens paraenses. Bruno Valente, cellista do grupo, diz que a experiência de tocar com alguém de fora é sempre muito boa e enriquecedora. Bernardo já se apresentou anteriormente com a Orquestra Jovem Vale Música, em 2018. Ele conta que a iniciativa de se apresentar com os músicos do instituição surgiu da vontade de estar novamente com os seus integrantes.
“Visto que fiz tantos amigos em Belém, pensei logo na oportunidade de voltar e estar novamente com todos que conheci. Como não há muitos eventos de música de câmara com frequência em Belém, propus junto à direção da FAM para que pudéssemos realizar uma apresentação deste tipo”, recorda Bernardo, que destaca ainda a quantidade de talentos no Brasil, e enfatiza que o incentivo é essencial. 

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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