Museu Nacional recebe doação de quase 190 mil euros do governo alemão





O Museu Nacional, que foi totalmente destruído por um incêndio no dia 2 de novembro, no Rio de Janeiro, recebeu na segunda-feira, 10, uma doação no valor de 180.800 euros do governo alemão. A quantia, equivalente a cerca de 808 mil reais, será utilizada na recuperação do acervo resgatado dos escombros.
O cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Klaus Zillikens, afirmou que a doação representa apenas uma etapa inicial, já que o Museu Nacional continuará sendo assistido. O governo alemão pretende disponibilizar um aporte de até 1 milhão de euros, que devem ser repassados conforme as demandas do museu.
Para o Museu Nacional, a doação tem extrema relevância, porque será usada na compra de materiais específicos de recuperação, listados pelas equipes de busca. Artigos como computadores e lupas especiais serão adquiridos - uma delas, inclusive, vai ser usada em particular na reintegração de Luzia, o fóssil humano mais antigo do Brasil.
“É um valor que entra para aquilo que a gente precisa. Nós estamos extremamente gratos pela sensibilidade do governo alemão”, reforçou o diretor do museu, Alexander Kellner.
Embora o incêndio tenha destruído grande parte do Museu Nacional, as equipes de busca estão felizes com os itens já recuperados até o momento: cerca de 1.500 itens, entre peças das coleções, equipamentos, objetos pessoais, fragmentos arquitetônicos e alguns objetos ainda não identificados.
Alguns materiais de arqueologia, mineralogia e etnologia já foram encontrados e reconhecidos. Entre eles estão peças pré-históricas, pontas de flechas em metal feitas por indígenas do início do século XX, urnas de cerâmica de origem tupi e marajoara, pedras como turmalina negra, além de bonecas Karajá, registradas como patrimônio imaterial do Brasil.
Segundo o diretor do museu, o trabalho de resgate está seguindo conforme o previsto. O foco maior está no escoramento das paredes mais frágeis para que os pesquisadores possam ter acesso ao prédio para procurar as peças. Já o trabalho de cobertura do palácio deve ser iniciado no próximo mês, em janeiro do ano que vem.
“Graças à empresa, que está dando segurança ao prédio, nós estamos fazendo um resgate localizado: onde a empresa precisa atuar, nós vamos coletando material. Já iniciamos também, de uma forma bem inicial, a segunda fase, que é a do resgate localizado, em que a gente entra em uma sala e só sai dela depois que tudo foi retirado. Estamos bem contentes com a atuação tanto da nossa equipe, quanto da empresa que está trabalhando em parceria com a gente”, explica Kellner.


Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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