Sexo, obsessão e heroismo

“João, o Maestro” é prova da habilidade de Mauro Lima de contar histórias reais


Três dos cinco filmes dirigidos por Mauro Lima são biografias - Meu Nome Não É Johnny, Tim Maia e agora João, o Maestro, que está em cartaz nos cinemas do Brasil. Se há uma coisa que o cinema brasileiro aprendeu a fazer são as biografias. Mauro Lima, então, virou especialista. “Elas (as biografias) me perseguem”, reflete o diretor. Seu próximo filme, o sexto, também inspirado numa história real, vai retraçar uma vida muito polêmica - a do delegado Mariel Mariscot, mas isso ainda é material para o futuro, e Mauro Lima é sempre reticente quando se trata de falar no que ainda está por vir.
“Tenho apego pelo passado”, ele admite. “Prefiro recriar climas, épocas. Não creio que fosse me sentir à vontade numa ficção científica”. João, o Maestro, inspirado na figura de João Carlos Martins, lhe fornece todos os elementos que ele gosta de trabalhar. Um personagem rico, eventualmente polêmico, décadas de história, belíssimas mulheres. “E isso que eu não estou dando conta de todos os casamentos dele. O filme teria de ser muito mais longo”, diz o diretor.
Na entrevista que deu à reportagem, o próprio maestro contou a gênese do filme. Lá atrás - beeemmm atrás - o projeto quase foi parar nas mãos de... Clint Eastwood, que tem, como todo mundo sabe, grande interesse por música. Num encontro com o maestro, Bruno Barreto dissuadiu-o. Convenceu-o de que sua vida teria de ser contada por um brasileiro, e o próprio Bruno prontificou-se. Mas não foi adiante, devido a compromissos de agenda. Mauro Lima entrou em cena.
Como o roteiro do Bruno era muito grande, ambicioso mesmo, seria um filme muito caro. “Foi bom porque recomecei praticamente do zero”, conta Lima. Ele se encontrou com o biografado. Conversaram muito.

Fonte: Site de O Liberal Online (Texto e imagem)

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