Brasil e Portugal criam prêmio infanto-juvenil

Os ministérios da Cultura de Brasil e Portugal criaram na sexta-feira, 5, o Prêmio Monteiro Lobato de Literatura Infanto-Juvenil , como forma de incentivar jovens leitores. A proposta é premiar, anualmente, autor e ilustrador dos países de Língua Portuguesa, conhecidos como lusófonos. O prêmio foi um dos acordos bilaterais relacionados à produção cultural assinados durante a 10ª Reunião de Ministros da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que foi realizada em Salvador.
“Nós [brasileiros] ainda lemos muito pouco e precisamos da formação de novos leitores através desse incentivo às comunidades dos países de língua portuguesa para os seus escritores de literatura infanto-juvenil. É de um grande significado a assinatura desse prêmio e nos moldes de um prêmio exitoso na comunidade, como o Prêmio Camões”, disse o ministro da Cultura brasileiro, Roberto Freire.
O encontro reuniu ministros ou  representantes do Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, na data em que é comemorado o Dia da Língua Portuguesa.
De acordo com o Ministério da Cultura, a reunião é uma tentativa de definir uma “instância formal que coordene políticas públicas relacionadas à proteção, salvaguarda e promoção do patrimônio cultural material e imaterial dos nove países de Língua Portuguesa”. Durante o encontro, foram debatidas outras formas de apoio e colaboração em produções e trocas culturais. A proposta é valorizar as diversas culturas dos países-membros da CPLP, colocando em prática os acordos bilaterais assinados no encontro.
“Nós temos alguns programas importantes, inclusive na visão do impacto econômico que a cultura tem: uma visão de que é necessário não apenas intercambiando documentários, filmes, peças de teatro, mas buscando tudo isso juntos com capacitação, integração econômica, busca de coproduções, para que também haja desenvolvimento desses países, para que não sejam somente receptores dessas culturas, mas para contribuir também nessa reciprocidade”, disse Freire.
Após o encontro,  Freire confirmou o apoio a Angola na campanha pela candidatura de Mbanza Congo a Patrimônio Cultural da Humanidade. A região tem reconhecido valor cultural para o país e serviu de base para o reino do Congo, entre os séculos 8 e 15. “O mais importante para nós foi a solidariedade que sentimos da parte brasileira, para a valorização da nossa cultura. Angola viu satisfeita a sua reivindicação, que é o reconhecimento de Mbanza Congo, uma região histórica do nosso país, como candidata a patrimônio da humanidade. Os ministros da Cultura aqui presentes manifestaram a favor da paz e da cultura”, disse a ministra da Cultura de Angola, Caroline Cerqueira.
A CPLP foi criada em 1996 e tem como principal objetivo o “aprofundamento da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros” e é dotada de autonomia financeira. Além disso, constitui, “em consonância com as diretrizes da política externa brasileira, um foro prioritário de atuação do Ministério da Cultura em sua área de competência”.
Como a capital baiana foi escolhida para sediar o encontro, a cidade recebeu o título de Salvador Cidade da Cultura, em declaração assinada pelo ministro brasileiro. Assim será até 2018, quando ocorre uma nova reunião em outro país de língua portuguesa.

Fonte: ORM

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